sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Novidades ou mais ilusões?

Em meio a tantos preparativos de final de ano, os mais velhinhos certamente se lembram de uma época em que meses como novembro, dezembro e, em raros casos setembro, significavam novidades na indústria automobilística ''nacional''. 

Os tempos, e os carros infelizmente, são outros. Se 2015 foi recheado de novos modelos, o fato é q as montadoras lançam seus produtos agora a qualquer tempo, resultando em modelos pseudo 2016 feitos em junho de 2015, tamanha é a pressa de se mostrarem 'inovadoras' antes de todo mundo, ou ao menos de tentar acelerar vendas num mercado absolutamente estranho e ridículo como é o nosso. 

Música ruim e propaganda gratuita a parte, modelos verdadeiramente esportivos, como o ícone americano Chevrolet Camaro, povoam o sonho de muita gente aqui, o que fez com que diversos blogs e até mesmo sites de renome na imprensa ''especializada'' anunciassem supostos lançamentos na onda de modelos ''retrô''. Alguns realmente aconteceram como o Fiat 500, o não tão novo Chrysler PT Cruiser, até mesmo o Fusca e o já citado Chevy Camaro e seu principal rival, em bem menor numero aqui, o Ford Mustang. 

Mas como nem tudo são flores, alguns ditos ''especialistas'' divulgaram lançamentos que só eles sabiam, como o tal Opala Diplomata 2015, em artigos com fotos retiradas do Google e reconhecidamente de um certo designer, dos bons, que deixava muito claro se tratarem apenas de um 'estudo de estilo'. 

Coincidência ou não, todos sabem que a GM Brasil já não é mais a queridinha daqueles consumidores que ela tão fortemente fidelizou ao longo de décadas produzindo lendas como o Opala, Monza, Kadett, Omega, e até mesmo o Chevette, único pequeno de tração traseira que ironicamente faz muito mais sucesso agora, após deixar de ser produzido do que quando era fabricado.

Assim sendo, é natural que entusiastas da marca, e de outras igualmente, vez por outra imaginem como seria se as montadoras resgatassem ao menos parte da história de seus clássicos, que obviamente não se tornaram mitos a toa. 

Paralelo a isso, alguns publicaram fotos do que seria um suposto Chevrolet Opala para 2016, que porém não passa de um, infelizmente, dado equivocado. 
Explica-se: o tal Chevy das fotos existe sim, mas não é nem nunca será o novo Opala, pois essa idéia sequer é cogitada pela GM Brasil, ao menos até onde a maioria consegue saber. De que carro são as tais fotos então? Primeiramente, a pergunta não seria de qual, mas de quaIS carros... Os novos Chevy Impala e, pasme, o Malibu fabricado para o mercado... chinês. Ambos para 2016.
São belíssimos, é fato, e evidentemente se fossem lançados aqui com o nome Opala teriam seus fãs, fossem estes 'opaleiros' ou não. Vale salientar que algumas observações citadas pelo pessoal do ''revival'' tem sua razão: o painel é mesmo muito semelhante ao do nosso Opala, em especial da série 1975-79, mas também se assemelha ao de outros carros daquela época. 
Já o design exterior... Bem, o desenho estilo 'garrafa de Coca-Cola', ou Coke Bottle, já vinha sendo utilizado em inúmeros modelos norte-americanos mesmo de outras marcas, como o Dodge Charger 1968, por exemplo, e até em alguns europeus desde o início da década de 1960, inclusive no Opel Rekord C de 1967, de onde surgiu o nosso Opala, e, evidentemente, no Impala americano, talvez por isso a opção da GM americana em tentar rever alguns elementos de estilo no modelo 2016 de um nome ja mais que consagrado. O mesmo vale para o Malibu e o princípio se aplica a qualquer modelo rotulado retrô, seja isso justo ou não.

Entretanto, recentemente algumas informações 'vazaram' não da GM, mas da Ford a respeito de um possível revival de um dos maiores símbolos da empresa no Brasil: o Maverick. 


A despeito do total descaso e desinteresse da GM, ao que parece alguns na Ford acreditam que a empresa só teria a ganhar caso decidisse fabricar, aqui no Brasil, um Maverick ''moderno''. 


Não se sabe se trata-se de mais uma historinha para frustrar os fãs inveterados da marca e especialmente do Maverick, mas só para aumentar o tamanho da ansiedade as fotos sao de duas supostas unidades pré serie, ou para testes. Mas que seria interessante ver o modelo das fotos nas ruas, ah... isso seria. 

De toda forma, ao que tudo indica, o Maverick, e mesmo o Opala, caso voltassem, continuariam a ser carros inacessíveis para a maioria, sempre na casa acima dos 100 mil, processo que com toda certeza tambem seria repetido por qualquer outra montadora que ousasse recriar outro clássico. 

Seja como for, quem realmente conhece carros clássicos sabe que, independente do nome ou da marca, ícone de verdade só mesmo quem tem história. E isso nenhum retrô moderninho jamais será, a não ser pela fama do nome daqueles que os originaram, os antigos clássicos.