quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Minivans - as avós dos SUV´s?

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Oldsmobile Silhouette 1991
Para quem tem nos acompanhado, sabe que tratamos, em nossa ultima série de quatro matérias especiais, dos chamados 'novos clássicos'. E algo que acabou despertando a atenção dos nossos leitores foi a Chevrolet Lumina, minivan de sucesso dos anos 1990, assim como uma pequena geração de 'peruas' que nasceu e morreu rapidamente no nosso Brasil.

Assim, nosso artigo de hoje trata dessas minivans, carros muito legais e que ainda podem ser encontrados a preços bem atraentes! Ainda mais se você deseja um novo clássico realmente diferente.

Chevrolet Lumina - A primeira?

Em meio a um mercado aquecido graças a abertura das importações após um fechamento de mais de 20 anos, o consumidor brasileiro mal sabia para onde concentrar seu olhar, pois a oferta de carros e outros produtos de qualidade duvidosa era tão imensa que não havia como se manter focado num objetivo único. 

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O quadro era mais ou menos assim: empresas de pequeno e medio porte e ate mesmo micro empresas fabricavam aqui desde veículos artesanais, ou fora de série, como a famosa Puma, até veículos comuns de linha que eram transformados em modelos exclusivos, como a Souza Ramos e a Brasinca, maiores fabricantes de picapes de grande porte transformadas em cabine dupla ou outros utilitarios com base nas Ford F1000 e Chevrolet linha A/C/D-20, respectivamente. Tudo isso nasceu da necessidade de produtos para um publico mais exigente, que podia pagar e não tinha como importar modelos estrangeiros. A parte toda a história que isso envolve, que estará no meu livro assim que possível, vamos voltar as minivans.
O sucesso absoluto das picapes transformadas começava a ter seu triste fim, assim como toda uma indústria genuinamente brasileira, pois além das novidades importadas que saltavam aos olhos do brasileiro, novos nichos de mercado se formavam.
Resultado de imagem para grancar futuraQuem anteriormente comprava a VW Kombi por pura falta de opção, por exemplo, agora podia escolher outra van como as Kia Besta ou Asia Topic, as primeiras a acabar com o sucesso da Kombi, mas quem queria algo mais confortável, luxuoso e menor ficava sem opção, embora a brasileira Grancar tivesse produzido a ótima Futura, com base mecânica VW e muito bem desenvolvida, praticamente inaugurando o segmento das minivans no Brasil, mas logo em seguida morrendo pela chegada das importadas, como a Lumina APV. 






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Grancar Futura 1990: pioneira
Se a Grancar padecia da conhecida falta de investimento e mantia sua heróica produção artesanal numa época de inflação galopante e sem acesso a tecnologia, o fato é que seu produto era realmente muito bom e inovador, baseado na Renault Espace francesa, e numa fatia de mercado que no exterior já estava consagrada, mas este sucesso de um novo nicho de mercado na Europa não seria nem mesmo satisfatório para a empresa brasileira.

Foi a Grancar Futura que inaugurou o segmento das minivans por aqui, mas foi o carro certo no momento errado.

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Chevrolet Lumina APV 1990
Com a abertura de fronteiras, a GM foi uma das primeiras a chegar com novidades nesse segmento, trazendo dos Estados Unidos a americaníssima Lumina APV, assim como suas versões Pontiac Trans Sport e Oldsmobile Silhouette.

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Pontiac Trans Sport 1992
Com um empolgante motor 3.1 V6 e transmissão automatica na coluna de direção, a Lumina e suas versões menos famosas apresentavam recursos até então desconhecidos da maioria do publico, como os bancos que giravam e mudavam de posição como uma sala de estar, também presente na Grancar Futura, mas novidade para nosso mercado. E ela até fez algum sucesso, ao menos até a chegada das japonesas...


Começa a briga - 

Com o mercado aberto pela Lumina, logo as japonesas aproveitaram para lançar por aqui suas opções: a Toyota com a Previa, basicamente um Corolla monovolume, e a Honda com a Odyssey, baseada no Civic. Ambas tinham reconhecida qualidade e ofereciam a suposta vantagem de serem mais economicas que a Lumina, pois utilizavam motores de 4 cilindros e litragem pequena, ao menos em comparação com a Chevrolet. 
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Toyota Previa 1992: grande por fora, pequena por dentro
Cabe ressaltar que tudo isso aconteceu num período de 4 ou 5 anos, relativamente curto para a vida das minivans no nosso mercado, mas que teve seus fãs e alguns deles até hoje, como os que me sugeriram essa matéria. 
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Honda Odyssey 1996
Se a Odyssey agradou mesmo sendo menor e muito lenta para o porte, a Previa decepcionou. É simples: quem busca esse tipo de carro procura ESPAÇO, exatamente o ponto fraco da Toyota Previa. Não que ela fosse ruim, mas a Lumina, e mesmo a Odyssey ofereciam mais por menos. E é aí que entra mais uma americana, a Chrysler Caravan. 

De todos os modelos deste segmento, a Caravan foi a que mais fez sucesso por aqui, ao menos em sua primeira versão no Brasil. E motivos não faltavam: excelente motorização 2.5 V6, cambio automatico na coluna de direção, o maior espaço interno da categoria e o preço, mais interessante que as demais por se tratar de um modelo de maior porte. 
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Chrysler Caravan 1995: a melhor do segmento, sem a menor dúvida
Infelizmente o sucesso da Chrysler Caravan não foi duradouro, assim como os das demais minivans, pois nosso mercado já começava a seguir a tendência mundial dos SUV´s. Ainda assim, houve tempo para montadoras com a Renault e a Citroen surgirem com interessantes modelos como a Scenic e a Picasso, respectivamente, esta última que poderia ter tido um sucesso ainda maior se não fosse pelo nome. Lembrando que esses modelos são rotulados mais como monovolumes que minivans e, nesse caso, a Mercedes Benz Classe A talvez seja mais negócio em termos de 'potencial' para virar clássico. 

Seja como for, se você pretende comprar uma minivan, as opções estão aí. As francesas acima tem preço bem convidativo e são excelentes opções, se não as melhores. Mas se quer algo genuinamente americano, as Chrysler Caravan e GM Lumina, em suas várias versões, são as mais indicadas, mas a Caravan tem maior facilidade de manutenção pelos nossos amigos ''mecânicos''. Mas aconselho a procurar um MECÂNICO de verdade, não daqueles que só sabem mexer em carro 1.0 e acham que carro bom é só Civic e Corolla... 

Por já ter experimentado as japonesas, meu voto vai para a Odyssey, mas a Previa é interessante também, em especial se você só quer uma dessas por serem ''diferentonas''. Cabe ressaltar que houve outros modelos como a Mitsubishi Expo, a Mazda MPV, a Nissan Quest, e até as coreanas Kia Carnival e Carens, dentre outras, mas sem tanta expressão. 

Em termos de valores, para qualquer uma das opções sugiro que procure algo entre 15 e 25 mil, pois abaixo disso dificilmente se acham unidades confiáveis e em estado realmente impecável, mas qualquer uma delas ainda é facil de achar. Já a Grancar Futura apresenta valores bem mais baixos, mas dificilmente se acha uma em bom estado. Para quem gosta, vale pela história. 

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quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Parte 4: Novos clássicos para novos patamares




Você que tem seguido nossa série de artigos retratando o crescimento dos ‘novos clássicos’ da década de 1990, já viu algumas das mais promissoras jacas nacionais e os japoneses de maior potencial de Honda, Toyota, Nissan e Mazda. Para quem quer algo mais light, nosso cardápio automotivo contou com croissants franceses e o delicioso pastel flango (???) catupily coreano. Mas, se você, como eu, não é lá muito chegado a peixe cru e fritura ou frutas regionais, se prefere desde uma boa pizza até algo mais Burger King (que é MUITO melhor que McDonald´s), as opções existem, mas por pouco tempo.

A 'bella' Alfa Romeo 155 Quadrifoglio
Como nos artigos anteriores, nossa última matéria desta série de reportagens leva em conta somente veículos em estado impecável, para que você possa usar normalmente no seu dia a dia e, claro, comparecer a eventos de clássicos sem passar vergonha, com orgulho de seu Cheeseburguer, ou da sua bella pizza mozzarela, por menos de 15 mil reais!

E é com esses pratos automotivos que começamos nosso artigo de hoje:


Borda recheada?
Interior da Alfa Romeo 155 

Se você pensou na boa e velha pizza, acertou! Mas diferente dos Fiat nacionais, hoje vamos falar de italianos de verdade. Não, você não compra uma Ferrari ou Lamborghini por 15 mil. Nem uma Maseratti. Mas compra uma Alfa Romeo! Ou várias, depende do seu gosto... e do seu bolso.


Se pensou nas fabulosas 155 da lendária DTM dos anos 1990, como a belíssima vermelho corso ali de cima, esqueça. O modelo já ultrapassou os 18 mil para unidades em perfeito estado, possivelmente pela facilidade de manutenção e peças compartilhadas com os Fiat Tempra. 

Alfa Romeo 145 Quadrifoglio 1996
Se encontrar alguma impecável por menos de 15 mil, venda um rim, afinal você tem dois! Ou tinha, antes daquela balada em que uma bonitona deu mole pra você e você acordou com uma cicatriz que não se lembra... 

Dica: o sedan 155 Twin Spark, com acabamento interno em madeira, são as mais valorizadas. As cores vermelho sólido e cereja, além da azul perolizada, são as mais procuradas, assim como os vidros azuis, opcional raro.

145 Quadrifoglio 1996: Fiat Tipo de grife
Igualmente rápida, porém mais compacta e com manutenção tão fácil quanto a 155, ou mais, é o hatch 145. Com a mesma base mecânica do Fiat Tipo, o carrinho tem desempenho inegavelmente voltado para a esportividade, principalmente na versão Quadrifoglio. 

A tradicional cor vermelha (sólida ou perolizada), além do preto e verde, são as mais requisitadas e o hatch é encontrado, em qualquer versão, próximo de 15 mil. Opcionais como teto solar e couro estão disponíveis na maioria das unidades.

Alfa Romeo 164 1991: a mais cara
Para quem exige mais por menos, a estonteante 164 ainda pode ser encontrada, mas a cada dia menos exemplares ficam abaixo dos 15 mil, portanto a hora para ter a sua é agora. 

Em geral, a belíssima vermelho corso (vermelho bombeiro, como é conhecida) da série de lançamento (1991) é a mais cara, bem longe mesmo do nosso orçamento, mas as 1995-97 podem atender com folga aqueles que não abrem mão de conforto e esportividade na medida exata.

A magnífica 164 Super 24V: melhor e mais barata
Até 1995 o lendário e robusto motor V6 hemisférico tinha 12 válvulas, a partir de 1996 a versão Super 24V é a mais fácil de ser encontrada, assim como as unidades com câmbio manual. 

Para ambas, valores próximos a 15 mil para exemplares em perfeitas condições e subindo bem rápido. Quanto a esquema de cores, a maioria contempla interior cinza ou preto, mas existem raríssimas com interior azul marinho. As cores externas mais procuradas são preta, vinho, grafite e verde para as 12V e para as Super 24V a branca, prata, champanhe e vinho. Sem trocadilhos...rs Exemplares de cor azul ou prata 12V tem preço mais em conta. 

Batata grande por mais um real?

Eagle Vision
Legitimamente americano, o Chrysler Stratus não é lá um Big Mac na preferência da galera, mas é o mais próximo de um ''Dojão americano'' que você poderá comprar por menos de 15 mil. 

Na prática, sai mais barato que um Dodginho brasileirinho! 

O Concord da Chrysler




É verdade que nessa década (1990), modelos como o Chrysler Eagle Vision, ou o Dodge Concord para alguns, que na realidade são o mesmo carro em versões diferentes, são considerados muito mais interessantes pelos entusiastas da Chrysler, mas o preço próximo dos 40 mil desaconselha a compra. 

O mesmo acontece com o 300M, considerado o último Mopar (divisão de veículos especiais do grupo Chrysler) genuinamente americano.


300M: considerado o último Mopar
Por mais raros e apaixonantes que sejam, não compensa. É possível encontrar modelos melhores, mais novos ou mais interessantes do ponto de vista dos fãs da marca por valores próximos a esses 40 mil, como os lendários Dodge sedan da década de 1970. Antigos e colecionáveis, muito mais interessantes que os importados. Tem que custar mais barato para valer a pena por conta da mão de obra das manutenções, como falamos em nosso segundo artigo. Mas gosto é gosto. Se você quer e PODE pagar... 

Chrysler Cirrus/Dodge Stratus: no Brasil, Stratus genérico
Enfim, por essas razões, o Stratus é nosso McLanche Feliz escolhido. 

O 'brinquedo' vem apresentando sensível valorização nos últimos meses e já há exemplares em nível de exposição por valores próximos a 25 mil. Mas esqueça a versão conversível: essa só para quem tem mais de 90 mil. 

Mesmo assim, ainda é possível encontrar desde o Chrysler Stratus LE, o mais simples da linha, com o eficiente motor 2.0 16V e cambio manual, mesmo conjunto do Neon e PT Cruiser, até os top de linha 2.5 V6 ‘Tiptronic’ (a Chrysler chama de AutoStick), e mesmo os Chrysler Cirrus e Dodge Stratus, basicamente o mesmo carro com sutis diferenças de acabamento, são encontrados a preços interessantes. Independente da versão, valores em torno de 12 a 15 mil para qualquer opção de cor ou acabamento.

Obviamente, as versões V6 são mais bem cotadas. As cores mais comuns são o champanhe e os tons escuros de azul, verde e vinho, em geral com o magnífico interior em couro caramelo, mas o LE tem interior preto em sua maioria. 

Neon Sports Coupé 1.8 16V : somente 2 portas, cupê de verdade
Se sua garagem é pequena, o Chrysler Neon ainda é encontrado a preços relativamente baixos.

Criado para tentar combater o crescimento de Honda Civic e Toyota Corolla nos USA, o Neon não rendeu o esperado, mas agrada, e muito, quem compra um. 

O destaque vai para a versão Sports Coupé, não tão barato assim, mas que compensa por ser um legítimo americano Coupé 2 portas, configuração rara em solo nacional, mas um cupê como todos deveriam ser. 

Neon LE 2.0 16V: Mais torque, mas mais lento que o cupê
Já a versão LE é facilmente encontrado, mas apenas com carroceria 4 portas. Em especial os modelos com cambio automático tem bastante procura, mas as versões com cambio manual tem seu valor bem próximo das demais e as cores mais cobiçadas são o champanhe, o verde e o branco. 

Preços em torno de 8 a 12 mil para o sedan e próximos a 18 mil para o Sports Coupé.

Frango frito, bacon e cerveja 'belgian ale'

Taurus LX 1997: design atemporal
Para quem gosta de Ford, em especial os Ford genuinamente americanos, ainda é possível encontrar o Taurus, em qualquer versão de acabamento e tanto os ''quadrados'' (1992-1996) quanto o ''barata'' (1997), mas se esse Ford é seu escolhido é melhor correr.

O Taurus apresentou uma alta incrível no último ano. Para se ter uma idéia, há bem pouco tempo, mais ou menos até julho de 2017, exemplares de 1992 a 1996, os mais comuns, em condições de exposição eram encontrados entre 7 e 8 mil reais com muita facilidade. 

Taurus 1995: valorizado
Em dezembro passado, a média já era de cerca de 18 mil, chegando a alguns poucos casos de unidades verdadeiramente em estado de 0km por absurdos 45 mil! 

Agora encontrado por preços bem mais estáveis, embora considerado alto por muitos, é possível encontrar exemplares em condições espetaculares por valores de 15 mil reais, em média. Já valorizou bastante, estabilizou, mas continua subindo de preço, mesmo que com menor volatilidade. 

SHO: esportivo discreto, raro e barato
A perua é bem mais rara, mas ainda desvalorizada. Pode ser uma boa aposta. Enquanto ela pode ser encontrada por valores entre 5 e 8 mil em estado imaculado, os preços do sedan de 1992 a 1996 ficam por volta de 12-18 mil, e do 1997 em torno de 9 a 15 mil, em estado impecável.

Já a desejada versão SHO, com motor V6 desenvolvido em parceria com a  Yamaha, até chegou em quantidade razoável no Brasil, tendo em vista que veio através de importadores independentes, mas é o Santo Graal de todos os Taurus a ser encontrado.  

Para essa versão, não há valores de referência em boa quantidade que possam ser considerados, embora tenham sido encontradas duas unidades em SP, em estado realmente muito bom, por menos de 18 mil... Fica a dica! 

Mondeo americano: preferido
Uma opção menor, mas realmente ótima, talvez a melhor dos Ford importados, é o conhecido belga Mondeo. Em especial o sedan de três volumes, sucesso no exigente mercado americano (1993-96), enquanto a versão hatch européia, que não fez sucesso nem quando nova, igualmente continua com pouquíssimos fãs. Tanto que se compra um Mondeo hatch em ótimo estado por 5 mil com muita facilidade. É feio, mas diferentão e com a mesma qualidade do americano. 
  
Mystique, a versão da Mercury para um Mondeo mais refinado
Se você tiver (muita) paciência pode até ser que consiga, como eu, encontrar o raro e suntuoso Mystique, o Mondeo fabricado pela Mercury, ou até o Ford Contour, uma espécie de ''Mondeo de luxo''. 

Inicialmente exclusivo para o mercado americano, o Contour fez tanto sucesso por lá que acabou sendo comercializado para outros países, com a mesma excelente mecânica Zetec 2.0 16V comum a nós brasileiros, ou com o bem mais interessante motor 2.5 V6 Duratec, por pouco mais de 12 mil para ambos. 

Ford Contour 1996: motor V6 agradou o exigente público americano
Já as versões 1997-98 do Mondeo são encontradas com muito mais facilidade a preços bastante acessíveis e em boa quantidade. 

Uma das vantagens é ser um carro bem superior ao Escort, mesmo usando a mesma base mecânica, o que significa peças acessíveis e fáceis de encontrar, além de facilidade de mão de obra. 

Mondeo Ghia V6: raro e barato
Os modelos mais em conta são as peruas, tanto as automáticas, quanto as com câmbio mecânico, encontradas em estado impecável por menos de 10 mil com muita facilidade e em grande número. Já o sedan de câmbio manual 1997/98 tem subido de preço consideravelmente, mas o 1995 três volumes americano com câmbio automático ainda é o mais caro. A dica é procurar pelo raro Mondeo Ghia 1997-1999, com motor V6 e ainda encontrado a preços interessantes. 

Hot dog com chucrute e cebola do Outback

Omega 1999: australiano é melhor e mais barato que o nacional
Quanto a GM, praticamente não há mais boas opções. 

O famoso Vectra GSi já passou dos 25 mil faz tempo, Calibra e Tigra já estão nas alturas, perto de 50 e 35 mil, respectivamente.  

Mas o Omega australiano ainda tem pouquíssimas unidades (entre 1999-2003), blindadas ou não, custando 15 mil ou pouco mais, um pouco fora de nossa alça de mira, mas ainda assim muito mais interessante que o Omega nacional, que já alcança os 25 mil com facilidade.

Omega 2001: bom momento para comprar
Se não quer abrir mão de um Chevrolet importado por 15 mil ou menos, uma opção, por pura falta de outras, é o Astra 1995-1997. 

O hatch é encontrado aos montes, mas muito raramente em perfeitas condições, e por preços absurdamente salgados para o nível das unidades encontradas. A tendência é que baixe até níveis mais aceitáveis. 

Astra Wagon: em bom estado, mais fácil de achar que o hatch
Curiosamente, o bom Kadett Sport ou o GLS 2.0, em versões completas da última série 1998, saem mais em conta que o Astra belga e estão em franca valorização nos últimos meses. 

Pelo menos a perua Astra Wagon é uma opção bastante válida, já que é mais rara e mesmo assim encontrada em estado impecável bem mais barata que o hatch, até abaixo dos 10 mil. Se te agrada, corra antes que algum removedor de Synteko, pedreiro ou grafiteiro comecem a trocar suas pobres e surradas Caravan e Belina por essa perua achando ser “boa pa trabaio’’!

Chevrolet Lumina APV 1992: americaníssima
Agora, se você quer algo bem americano mesmo, com alguma sorte pode encontrar a americaníssima van Lumina APV, mais americana impossível: sete confortáveis sofás, um torcudo motor V6, câmbio automático na coluna de direção e um design descaradamente ‘made in USA’. Também com opções Pontiac e Oldsmobile! 
Espero sinceramente que você tenha gostado dessa série de reportagens. Mas como sempre, estamos prontos para responder a dúvidas e sugestões. Quer saber mais sobre um modelo específico? Alguma marca que só você conhece? Fale pra gente!

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Parte 3: Novos clássicos para novos patamares


AVISO AOS MIMIZENTOS: ESTE ARTIGO CONTÉM HUMOR ÁCIDO.



Seguindo os ‘novos clássicos’ da década de 1990, espero que você já tenha lido sobre as jacas nacionais e os barquinhos de comida japonesa nas duas primeiras partes dessa nossa série de matérias. Para efeito de informação,  caso ainda não tenha lido os artigos anteriores, mais uma vez consideramos a faixa de 15 mil reais para carros em estado impecável. E se você, como eu, quer muito mais que o arroz com feijão requentado, hoje vamos falar de salsichão, croissants e muito pastel flango catupily: 

Salsicha com farofa

Não, amigos, eu não esqueci da sua idolatrada VW... 

Passat VR6 1997: bom e barato
Ta bom, ta bom! Talvez eu tenha esquecido, mas porque, embora a gama de veículos VW nessa faixa de preço seja até razoável, o fato é: carros impecáveis, com potencial para ser clássicos, dentro do nosso orçamento, com documentação em ordem e ainda raros da VW... Não sobra quase nada! 
Passat GL 1995: confiável como o Santana, e mais barato
Enfim, para não passar em branco, a única opção que pode nos interessar é realmente muito boa! O Passat 'alemão'. Tanto a perua Váriant quanto o sedan, assim como o Golf (1995-98), tem boa aceitação. Mas, se o Golf ainda é o preferido dos 'boy ostentação' da periferia das grandes cidades, ao menos o Passat já começa a ter status de carro raro, ainda mais nas versões VR6 (1994-1997), e pode ficar mais interessante com o tempo. Valores em torno de 7 a 12 mil para o sedan ou perua 2.0 com cambio manual ou automático (com o ótimo motor AP do Santana) e entre 12 e 16 mil para qualquer VR6.  

Passat 1999: quase um Audi
Já a geração pós 1999 sofreu uma queda bem acentuada, mas começa a apresentar boa recuperação, podendo ser uma ótima aposta. Caso escolha essa opção, câmbio tiptronic ou automático tem preferência e as versões V6 são as mais caras, seguida pela Turbo 20V. Mas a ótima 1.8 20V tem preços bastante convidativos. 

Por experiência própria, vale muito a pena!   

Croissants

Acredite, tem quem prefira croissants a pão com margarina e não são poucos! 

Clio RT 1.6 1995: Honesto
Ok, admito que eu mesmo não era fã mas dei meu braço a torcer e não me arrependo. Se não quer correr riscos, opte por um modelo de entrada, como o honesto Renault Clio (1994-98), na minha opinião, o melhor dos pequenos franceses: bom espaço interno, motorização 1.6 extremamente econômico e com desempenho razoável e nível de opcionais e acabamento muito bons. 

Megane Sedan 1998: boa valorização
Completo, o Clio 1.6 pode ser encontrado por menos de 8 mil fácil. Dica: nem pense nesse carro com menos motor, como o 1.0 pois esse pra ser péssimo ainda teria que melhorar muitoooo...

Aqui uma curiosidade surpreendente: os sedan Megane importados (1998-2003) são encontrados por valores bem interessantes, o que acabou levando o hatch junto. Valores muitas vezes abaixo de 8 mil para o hatch e pouco acima dos 10 mil para o sedan. Excelente opção! E pelo menos o sedan já mostra uma (bem) tímida valorização.  

Megane 2001: menos valorizado que os anteriores
Mas os da série nacional (acima de 2010) estranhamente tem despencado de preços num nível assustador. Em parte pelos próprios donos, num fenômeno parecido com o que ocorreu até alguns meses atrás com o Fiat Marea, mas para quem puder pesquisar, vale a pena. 

Muitos carros despencam muito de preço para valorizar meses depois, caso do Ford Taurus e dos Fiat Marea e Tempra, por exemplo.  

Com média de mercado em torno de 25 mil em SP, o sedan e perua Grand Tour foram encontrados várias vezes por valores abaixo de 18 mil em muitos casos, e até mesmo por 10 ou 12 mil nos estados do norte e nordeste, e isso por carros em excelentes condições! Mas se quer mais segurança, definitivamente o sedan importado, principalmente entre 1998 e 2000, é mesmo a melhor alternativa.

Brioches

Peugeot 306 1998: hatch de respeito
Diferente da Renault, que vem ganhando terreno no mercado nacional, a Peugeot tem sido cada vez mais sinônimo de carros 'delicados' e frágeis. Injusto ou não, verdade seja dita: a marca do leãozinho realmente teve sua melhor fase na década de 1990, ao menos essa é considerada pelos entusiastas da marca e especialistas como a era dos últimos Peugeot verdadeiramente ''raiz'', os melhores carros da marca. 

Peugeot 405 T16 1996: sleeper de fábrica

Em especial os modelos 306 e  405 são excelentes carros, em sua maioria completos, e disponíveis em versões sedan ou perua para o 405, e ainda o hatch para o 306. Nesse último caso, o destaque fica mesmo para as versões esportivas, como a S16, realmente a mais interessante dentro dos nossos 15 mil. Já para o sedan 405, a melhor versão é sem dúvida a T16, raríssima mas ainda possível, se procurar bem. As outras versões como a SRi, a mais comum do 405, também tem boa valorização.

Peugeot 205 GTi: divertido até os 35 anos ou com almofadas fofinhas
Mas existem alternativas ainda mais baratas! O foguetinho Peugeot 205 1.6 (anterior ao nosso 206), é um pequeno e notável hatch. Com ênfase no pequeno mesmo, mas pra quem quer esportividade, o carrinho surpreende e até assusta os mais desavisados. 

Divertidíssimo, rápido, super ágil no trânsito pesado e muito bom de curva, mas totalmente desaconselhável para quem não tolera carro duro, mesmo custando menos de 5 mil. Uma dica: ande com almofadas bem fofinhas, pois os bancos são tão macios quanto uma pedra.

O 406 SVS V6: preço no Brasil muito abaixo do que vale
Mas, para mim, que aos 40tão valorizo mais o conforto de um bom carro grande (com mais motor, por favor) os sedan e perua Peugeot 406 são, sem a menor sombra de dúvida, a melhor escolha entre os franceses. 

406 2.0 16V 2001: Beleza interior
Com um design quase atemporal, suspensões extremamente bem acertadas, no limite exato entre conforto e esportividade sem ter que abrir mão de nenhum, sedan e perua oferecem  excelente desempenho, mesmo com motor 4 cilindros, estabilidade incrível e bom custo de manutenção. Além disso tudo, opções de câmbio manual ou automático e motores 2.0 16V ou V6 na versão top de linha SVA e na rara SVS. 

Além de belíssimo, por menos de 15 mil o 406 apresenta um nível espetacular de conforto, luxo e acabamento impecável, aliás, ponto alto do carro e marca registrada dos franceses, tanto da Peugeot quanto da nossa próxima marca, a Citroen. 

Pra quem gosta de Citroen, uma curiosidade: estranhamente o pessoal de lá nos anos 90 não devia gostar de sedans... Por isso as opções destacadas se resumem ao Xsara, em versões hatch ou perua.  

Peugeot 106 Quicksilver
Renault 19 série 16S
Não há outros Citroen nessa faixa?  
O raríssimo Renault 21 TXE: luxuoso e rápido, mas n
Sim, assim como também existem  outros Peugeot interessantíssimos, como o 106 Quiksilver, e outros Renault que valeriam muito a pena, como os sedan R19 série 16S,  e o (este sim raríssimo) R21 TXE, mas mantendo nosso foco, que são apenas carros com bom potencial para se tornarem clássicos, dentro de um orçamento próximo a 15 mil reais, que ainda estão se firmando como novos clássicos, mas que você consegue achar... as opções mais viáveis são apenas essas mesmo. 
Eu explico: o Citroen Xantia, por exemplo, embora custe bem menos que isso, desvalorizou demais e até o momento não apresentou reação, provavelmente em decorrência do grande número de unidades paradas devido a problemas com a famigerada suspensão. 

Xsara VTS: respeitado
Já os XM estão bem acima desse valor, o que até pode vir a acontecer com o Xantia e Xantia Break, mas a muito longo prazo. E os demais modelos da marca são praticamente irrelevantes, mesmo sendo bem interessantes do ponto de vista dos fãs.

Xsara Break: modelo 2001 não agradou
Assim, se sua opção for um Xsara hatch, um dos melhores modelos é o esportivo VTS, muito valorizado e elogiado até mesmo por aqueles que não são lá muito fãs de carros franceses.  

Já se sua escolha requer algo mais comportado, a perua Break, é uma boa pedida. Para qualquer um dos casos, valores abaixo de 10 mil por carros de acabamento esmerado e mecânica muito boa, com opção de câmbio automático em todas as versões, exceto para o VTS. Curiosamente, os primeiros modelos do Xsara são mais procurados. Parece que a adoção no conjunto ótico maior nos modelos 2001 não agradou muito. 

Flango Catupily? Tem Veloster? 

Não! Meu Deus, ainda bem que não! Mas caso se interesse por um BOM coreano, aproveite-se da boa fama criada por Kia e Hyundai, não graças ao Veloster, nos últimos tempos! As opções são tantas que mal caberiam num único artigo. Hyundai, Kia, Daewoo, e até os excepcionais Daihatsu... Todas tem modelos absurdamente baratos, que podem vir a valorizar facilmente, em especial por serem carros verdadeiramente muito bons, cujos preços ridiculamente baixos no nosso mercado são uma cruel injustiça, muito abaixo de sua qualidade. 

Applause 1995
Já que falei da Daihatsu como ''excepcional'', começamos por ela. 

Reza a lenda que os carros da Daihatsu derivavam de projetos rejeitados pela diretoria da Toyota e a qualidade dos modelos realmente não decepciona. 



O surpreendente Daihatsu Applause 1997
O destaque fica para o curioso hatch Applause (1993/97). 
Embora pareça um pequeno sedan, o hatch não chama a atenção pelo design, mas impressiona pela qualidade, conforto, acabamento e ítens de série não vistos mesmo em carros de maior porte, como os excepcionais freios ABS e discos nas 4 rodas da consagradíssima Nissin (quem conhece ou é fã de Velozes e Furiosos sabe do que que eu estou falando), e uma suspensão incrível com multilink na traseira repleta de recursos, perfeita para uso em competições, caso você seja fã de track days, por exemplo. 

Além disso, todo o excelente conjunto mecânico, inclusive o bom motor twincam 1.6 16V, é praticamente o mesmo do Corolla, e dele vem a maioria das peças mecânicas. Não é a toa que o Applause é um dos favoritos pelo pessoal dos modificados (do tuning sério, não igual ao daqui) no exterior.

Daewoo Leganza 2002: Preço baixíssimo, mas subindo
Mas provavelmente as melhores opções coreanas são da Daewoo. Além do design diferenciado e ótimo nível de acabamento e conforto, peças mecânicas em sua maioria são compartilhadas com modelos de fabricação nacional, como Corsa, Omega e Vectra. 

O esmerado interior do Leganza 2004
Embora modelos como o pequeno Lanos e o médio Nubira ainda não despertem interesse, o Leganza, um ilustre desconhecido, já aparece com um ligeiro potencial. A seu favor, além da base mecânica do Vectra, bem como do bom motor GM 2.0 16V de 133cv 'disfarçado' pela Daewoo, o sedan ainda oferece um interior muito bem cuidado e bem acima do nível dos carros de mesmo porte. Contra ele, apenas a total falta de informação, já que a Daewoo sumiu do Brasil pouco tempo após o lançamento do Leganza.  

O Espero 1997: na mira do pessoal dos modificados
Se quer algo mais ''comum'', o Espero (pronuncia-se Éspero, com força no É) veio aos montes para o Brasil e compartilha a maior parte de sua base mecânica com Vectra e Monza, oferecendo nivel de conforto, equipamentos e acabamento em nível similar aos nacionais, muitas vezes até melhor. Ultimamente o Espero tem sido muito bem aceito pelo pessoal que aprecia carros asiáticos modificados, portanto a valorização pode surpreender ainda mais, se levarmos em conta que até poucos meses o preço médio de um Espero em perfeito estado era menos de 5 mil reais. Facilmente encontrado agora entre 7 e 10 mil em estado impecável, inclusive com câmbio automático, o médio é uma excelente opção. 

Super Salom: estilo americano e acabamento de alto nível
Mas a Daewoo ainda oferece um sedan realmente diferenciado: o Super Salon. 
Se você é fã de modelos americanos como Buick e Cadillac, vai gostar dele! 

Super Salon 1995
Com componentes mecânicos do nosso Omega, como o motor 2.2, assim como o irmão mais pobre Prince ACE, o Super Salon tem sido vítima de canibalização de peças para transformação em limusines, por isso já demonstra ótimo potencial, com algumas poucas unidades íntegras chegando na faixa dos 25-30 mil, porém ainda encontrado em grande número por menos de 15 mil em excelentes condições, e subindo de preço. 

Já o Prince só tem mesmo o nome de artista. Não valorizou e dificilmente vai. Fica a dica!

 Pastel de cáne!

Hyundai Elantra GLS 1995
Já na Hyundai, paixão de todo modinha atual, sedans como o Elantra (1993-1995) e o Sonata (1995-1999) ainda são encontrados facilmente dentro de nossa faixa e até abaixo dos 12 mil, mesmo com câmbio automático. No caso do Elantra, a ótima versão GLS com motor 1.6 16V é encontrada com muita facilidade por preços abaixo dos 10 mil. 

Sonata V6 1996
Se conseguir, minha sugestão no caso do Sonata é o ótimo V6, em geral mais caro que os demais, mas com melhor potencial e ainda dentro de nosso foco de preço. Se optar pelo modelo mais comum, um bom 2.0 16V dá conta dos quase 1500 kgs do carro com tranquilidade. A opção de câmbio automático não muda o preço, na faixa dos 12 mil em estado excepcional. 

O Clarus 1997
Para a Kia, minha única sugestão nessa faixa de preço é o Clarus (1994-1999), pois divide a plataforma com os Sonata de mesmo ano. Mas as versões anteriores a 1998 são mais bem cotadas. Unidades de alto nível são encontradas por menos de 12 mil.

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